Da Agência Ambiente Energia – Justin Lewis-Weber, um estudante de ensino médio do estado da Califórnia (EUA), publicou artigo na revista New Space sobre a possibilidade de colocação de painéis solares na lua com a intenção de gerar energia elétrica para o planeta Terra.
Ainda que a ideia soe impraticável, a verdade é que muitas instituições e pesquisadores ao redor do mundo já estão concentrando seus estudos na possibilidade posicionar painéis solares na lua a fim de proporcionar uma solução para os problemas energéticos e ambientais do nosso planeta.
Vantagens de enviar painéis solares à lua
A principal questão sobre o envio dos painéis fotovoltaicos ao espaço é a possibilidade de luz solar praticamente constante, enquanto, na Terra, existem dias nublados e noites, que interferem na captação solar. Além disso, acima da atmosfera a luz solar apresenta brilho até 27% maior.
Os painéis solares utilizariam micro-ondas para enviarem os feixes de sol para receptores na Terra, possibilitando, inclusive, a disponibilização de energia elétrica para localidades do globo que ainda não possuem acesso à eletricidade. Por fim, considerando a disposição contínua de luz, não haveria mais a necessidade de se desenvolver grandes baterias de armazenamento de energia, algo que precisamos na Terra e que ainda atrasa o crescimento do potencial fotovoltaico por aqui.
Os custos deste avanço tecnológico
Talvez o aspecto que torne um projeto como este praticamente inviável seja os seus custos. Justin Lewis-Weber, no papel, estimou a necessidade de trilhões de dólares para o envio de milhares de painéis fotovoltaicos em órbita, considerando que um único lançamento de uma companhia espacial privada custe cerca de US$ 60 milhões, sendo o orçamento mais barato entre as concorrentes.
Para contornar este percalço, contudo, o estudante propôs que, em vez de enviar milhares de painéis, se envie somente um painel programado para fazer cópias de si mesmo. O ideal seria que uma máquina autorreplicante fosse enviada à lua para que, lá, ela pudesse minar o solo em busca de material para a construção de mais painéis solares.
Apesar de soar como ficção científica e de que a construção de robôs autorreplicantes realmente não seja uma tarefa fácil, a aplicação de tal tecnologia não é completamente distante da realidade. Com a otimização do design das peças (por exemplo, ao invés da necessidade de dezenas de parafusos diferentes, o robô seria desenvolvido com apenas cinco parafusos diferentes) e o progresso que os cientistas estão fazendo na construção de máquinas que “se reproduzam”, a ideia de contarmos com painéis solares na lua não é tão impraticável assim.
Lewis-Weber estima que, desta forma, um painel autorreplicante poderia ser feito por cerca de US$ 10 bilhões, sendo a maioria do investimento em pesquisa e desenvolvimento. Depois que o primeiro estiver instalado na lua, os painéis replicados apresentariam custo praticamente zero.
Com a mesma quantia, é possível instalar painéis solares na Terra suficientes para a geração de energia elétrica capaz de alimentar 150.000 casas. Parece bom, mas também não é tão bom quanto fornecer eletricidade para todo o planeta.
Fonte: Ambiente e Energia